a move movimento

Desde pequena, sempre adorei ver as fotos nos álbuns de família, tentando relembrar cada momento capturado. Depois que ganhei meu primeiro livro de fotojornalismo do Sebastião Salgado, aos 15 anos, soube que queria fazer o que ele fazia.

Ao buscar mais inspiração no fotojornalismo, percebi que os veículos de notícias compartilhavam principalmente representações negativas de outras culturas.

Desejosa de criar imagens que destacam a riqueza e a beleza do nosso mundo multicultural, passei os últimos 15 anos explorando outros nichos na fotografia. Agora, tenho orgulho de colaborar como contadora de histórias visuais com clientes como National Geographic, Porter Airlines e United Way.

Há alguns anos, decidi alinhar todos os meus interesses – contação de histórias autênticas e colaborativas, militância em relação à representatividade da diversidade e movimento. E assim nasceu a Move Movimento!!

Meus momentos mais felizes e que moldaram meu caráter estão ligados à atividade física. Desde subir em árvores, jogar partidas de esportes em equipe, treinar capoeira, até nadar em mar aberto, minha vida foi melhorada pelo movimento.

E adoro integrar o movimento ao meu trabalho fotográfico – você vai me ver muitas vezes escalando, agachando ou me enfiando em espaços minúsculos só para conseguir a foto!

Quando eu era criança, não havia muitas oportunidades para meninas nos esportes, nem muitos modelos com os quais eu pudesse me identificar.

Apesar de, às vezes, me sentir deslocada, e apesar das lesões e derrotas, nunca quis parar de me movimentar. Exceto quando fui impedida de jogar e até propositalmente machucada no campo de futebol porque eu era uma menina.

Deixe-me reformular isso: eu nunca quis parar de me movimentar, mas às vezes outras pessoas, movidas por preconceitos, não queriam que eu participasse e chegaram a me machucar para provar seu ponto de vista. Isso deixou feridas profundas.

Infelizmente, as barreiras para o movimento continuam até hoje para muitas pessoas ao redor do mundo. Sejam elas relacionadas à capacidade, idade, cultura, gênero, raça, status socioeconômico ou outras formas de discriminação, essas barreiras foram criadas por pessoas. Acredito que também podem ser superadas por pessoas, ao serem impactadas por uma comunicação envolvente, que eleve suas consciências sobre o assunto para desconstruir preconceitos.

Como indivíduo, posso inspirar aqueles que se conectam com a minha história. Mas isso não será todo mundo. É aí que entram nossos heróis do movimento: o que nos move varia de pessoa para pessoa, por isso precisamos de muitos modelos diferentes, se movendo de formas variadas, para tocar pessoas de todas as origens, interesses e realidades.

Busco histórias para mostrar pessoas que, ao se moverem de maneiras únicas, inspiram aqueles ao redor delas.

Procuro histórias para a Move Movimento que destaquem os valores humanos de perseverança, determinação, coragem, dedicação, superação de adversidades e empoderamento. Converso com heróis do movimento de todo tipo, cujos desafios, realidades e sonhos são únicos.

Hoje em dia, todas as fotos que vemos são filtradas, retocadas e agora, com IA, às vezes até completamente fabricadas. Para combater imagens estereotipadas de “perfeição”, quis partilhar imagens e histórias reais que pudessem “abrir as mentes” das pessoas para poderem mover-se – como quiserem, celebrando suas autenticidades, sem precisarem se encaixar em nenhum padrão.

Procuramos ser colaborativos em todos os aspectos da narrativa, começando pela escolha de quem está na minha equipe. Todos precisam garantir que os heróis do movimento tenham voz ativa sobre a forma de contar a sua própria história. 

Para trazer essas histórias à tona, faço parcerias com marcas e organizações alinhadas com a nossa visão compartilhada, de ajudar nosso público a encontrar o que o move. 

Minha esperança é que cada indivíduo possa se ver em nossas histórias e se sentir inspirado a agir e buscar o movimento que move sua alma no dia a dia.